Perdas e ausências


Existem perdas que a gente nunca vai conseguir explicar o que nos causou.

O que fica é a miscelânea das recordações do que um dia existiu com os efeitos da ausência que se fez, muita vezes, sem que a gente a desejasse.

O processo de transformar a dor e a tristeza em saudade boa de sentir é progessivo, lento. Mas, vira e mexe, estamos nós de novo mergulhados em lágrimas e vazio, tristeza e angústia, perguntas sem respostas.

Uma data especial, uma experiência intensa, um sentimento que invade de repente, uma paisagem, uma comida, um cheiro, uma música, e pronto. Como um cordão de ioiô, somos puxados com força para algum lugar que não existe mais, ficou só na lembrança.

Estamos no presente. Ou pelo menos devíamos estar. Mas somos feitos de faltas e de ausências. De perdas involuntárias e daquelas que escolhemos. Somos feitos de lembranças e arrependimentos. Somos feitos de saudades. Saudade do que vivemos e ficou para trás. E, para mim, a saudade mais dolorida, aquela que sentimos daquilo que não vivemos. 

Colecionamos perdas. E aprendemos a seguir apesar delas. Mas elas sempre estarão em nós porque, afinal, somos feitos delas também.


♪♫: Tudo que a fé pode tocar (Tiago Iorc) /  Gostava tanto de você (Tim Maia)

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